Jornalistas receberão R$ 9,1 milhões por horas extras
Cerca de 100 jornalistas do Paraná vão receber R$ 9,1 milhões da Editora O
Estado do Paraná por conta de horas extras não pagas. Por meio de acordo em uma
ação coletiva movida pelo sindicato dos jornalistas do estado, foi reconhecido,
pela primeira vez, o direito de editores a horas extras, conforme noticiou o
portal O Jornalista.
A ação foi movida pelo sindicato em 2008, cobrando da empresa, do Grupo
Paulo Pimentel, o pagamento de horas extras para repórteres, redatores e
editores referentes aos cinco anos anteriores ao do processo. Na primeira
instância, em 2010, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná teve
vitória parcial, uma vez que foi reconhecido o direito apenas de repórteres e
redatores.
Segundo a sentença, editores exercem cargo de confiança, o que não lhes
dá direito ao recebimento de horas extras, seguindo entendimento já apontado
pelo Tribunal Superior do Trabalho.
O sindicato recorreu, então, ao Tribunal Regional do Trabalho do Paraná,
onde conseguiu o reconhecimento do direito também dos editores, em 2011. “Não
faz sentido colocar o editor como cargo de confiança porque, pelo menos aqui no
Paraná, ele também é ‘bucha de canhão’”, afirma Márcio de Oliveira Rodrigues,
que presidia o sindicato à época da ação.
A Editora O Estado do Paraná propôs, então, um acordo para não
levar o caso ao TST. As propostas, conta Rodrigues, começaram baixas, “em torno
de R$ 200 mil”, mas a negociação chegou até os atuais R$ 9,1 milhões, em acordo
homologado pelo TRT no último dia 14.
O valor deverá ser pago em três parcelas e, caso os prazos
definidos não sejam cumpridos, a empresa pagará multa de 30% do valor total.
“Esperamos que esta questão sirva de exemplo para todas aquelas empresas
que extrapolam a jornada dos jornalistas", diz Guilherme Carvalho, atual
presidente do sindicato.